Evangelizar a juventude é como disse João Paulo II, uma das tarefas mais árduas, porém a das mais exaltantes. Consideramos, sobretudo, as novas formas de busca do sagrado que o mundo moderno tem apresentado à juventude em nome de pretensos equilíbrios que prometem ordem ao caos e pressa em que tem vivido as pessoas no cotidiano. O Documento 85 da CNBB que trata da Evangelização da Juventude aponta para manifestações religiosas e místicas (esoterismo, horóscopo, astrologia, nova era etc.) como religião mais individual. Estas práticas dentro do contexto contemporâneo pode facilmente conduzir ao fundamentalismo já que a religião deixou de representar o espaço da relação do crente com Deus para se transformar em veículo de ascensão social ou em promessa de felicidade plena, relata Dr. William César Castilho Pereira, professor da PUC-Minas.
Mas o que isso tem a ver com novos tempos para a juventude?
Este é exatamente o fio condutor para uma evangelização mais efetiva e concreta na vida dos jovens. Entendemos que evangelizar não é apenas uma questão de mística, mas consiste em apresentar projetos de vida ao jovem que como todo ser social tem uma vida marcada e regulada por questões sociais, econômicas, culturais e políticas. Por isso além de uma experiência concreta com a pessoa de Jesus, evangelizamos nestes novos tempos também com uma iniciativa em que o testemunho de vida é fundamental para que o espaço em que vivemos seja espelho de uma fé amadurecida e comprometida com o outro. Isto implica além dos altos ideais de solidariedade humana, participação na vida da Igreja que está no mundo e participação no mundo em que está a Igreja, ou seja, a transformação da sociedade perpassa por uma dinâmica de formação para vida que possibilita maior conscientização do jovem na sociedade. Preocupamo-nos com o mundo, com todos os acontecimentos que interfere diretamente com todos nós e por isso não podemos deixar passar despercebido que quanto mais alto for o nível de escolaridade dos jovens, mais a fé necessitará de uma base sólida e de igual modo intelectual sem anular os mistérios que são próprios da fé, esta que se manifesta em todas e diversas dimensões e processos pelos quais passam os jovens de todos os tempos, inclusive deste em que vivemos.